As favelas brasileiras terão um banco para chamar de seu. Celso Athayde fará o grande anúncio, na quinta-feira, 21, em Porto Alegre, durante o South Summit Brazil. Em sociedade com José Renato Hopf, fundador da GetNet, primeira empresa brasileira de tecnologia a se tornar um unicórnio (valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares), ele lançará o F Bank, um banco focado nos moradores de favela. E quando diz banco, é um banco mesmo, com conta corrente, gerentes, produtos de investimentos, seguros e empréstimos. “Será o primeiro com todas as credenciais exigidas pelo Banco Central”, disse Celso à EXAME.
O F Bank funciona em modo piloto desde março do ano passado. A previsão é que entre em operação em setembro. No período de testes, o banco fez em média 2.500 transações por dia para 29.700 clientes, gerou 17.600 chaves PIX e movimentou 21.800.000 reais. O anúncio se dá em um momento de captação. A instituição financeira, segundo seu CEO, Rubens F. Gil Filho, busca novos investidores e, para isso, se apoia no potencial das favelas brasileiras como mercado.
Dados do Data Favela, empresa de pesquisas, apontam que o consumo nas favelas supera os 200 bilhões de reais, volume maior do que o registrado em 22 estados. Esses territórios são carentes de infraestrutura, como saneamento e mobilidade, porém, concentram grandes massas de trabalhadores qualificados em função da proximidade com os grandes centros urbanos. Na última prévia divulgada pelo IBGE, consta uma população de 16 milhões de pessoas vivendo em favelas, mas espera-se que esse número chegue a 18 milhões na contagem oficial do último censo.